Foto minha postada no facebook #NoTrabalho |
domingo, 10 de novembro de 2013
O tal do Facebook é pra quê mesmo?
quarta-feira, 20 de julho de 2011
SE NÃO FAZ SENTIDO, DISCORDE COMIGO
Oioiii gennnte... voltei para compartilhar algumas coisas com vocês. A vida continua, a saúde está ótima, o trabalho vai muito bem, o namoro caminhando para o altar. Altar??? Não, ainda não é chegada á nossa hora para este quesito, pelo menos nesse momento, mas tenho uma prosa sobre esse tema para contar para vc6... não se preocupem, desta vez, meus esfincteres se comportaram muito bem, obrigado... sem odores estranhos no ar... (ohhh gzuiss... obrigado).
Nestes dias que se passaram, fui a um casamento. Nada fora do comum até aqui... o bom da história vem agora... O noivo, é deficiente auditivo e a noiva, interprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). Alguns devem estar se perguntando como eu, um tetraplégico, acabo me metendo nesse mundo surdo. A resposta vem de braços dados com minha noiva (tô chique e metido, mas to podendo... rss). Ela também é intérprete e me convidou para acompanha-la. Claro que aceitei... na hora!
Chegamos à igreja com antecedência, pois, a logística para retirar um tetrão do carro é bem mais complexa, e é na hora de sair do carro que começa o meu martírio... rss... Todos prontos, bonitos, cheirosos, a namorada em um vestido lindo. Arrumamos um bem aventurado para me transferir para a cadeira... rapaz atencioso... detalhe... o cara é surdo... já imaginaram o estica e puxa? Não adianta tentar dar as coordenadas depois de ele entrar em ação ou falar mais alto. (ele se saiu melhor que muitos ouvintes que já me ajudaram)
Enfim sentado e arrumado na cadeira, entramos pela rampa de acesso lateral (rampa e guia rebaixada, igreja com acessibilidade (chique no ultimo)). Nos assentamos nas cadeiras logo após a porta de entrada. Todos os lugares estavam desocupados naquele local, meio estranho, mas bem cômodo... estilo área VIP, perto do altar... e nós assentados tranquilamente, sorridentes, ar nobre na face. Começa a cerimônia... entram os padrinhos... e adivinhe aonde vieram se assentar??? Isso mesmo meus amigos, no mesmo local onde nós estávamos. Como íamos adivinhar se ninguém nos alertou? Nossa sorte que haviam mais cadeiras do que padrinhos.
Entra o noivo... sorridente, todo garboso... e depois dos pajens e daminhas... lá vem a noiva... toda de branco (creio já ter escrito isso, em outra crônica... rss)... olhei para o noivo que se acabava em lágrimas (de felicidade), no altar... creiam, não consegui me conter... também chorei nessa hora (emotivo até... aliás, o pessoal de marketing tem me feito chorar até em comercial de margarina... capricharam).
Noivos juntinhos no altar... pastor dando o recado habitual... duas intérpretes no vai e vem e sobe e desce, das mãos. Uma interpretando para o noivo, e a outra para os demais convidados surdos. Chega a hora dos votos... o noivo repete os sinais que a intérprete ouve do pastor, e a noiva sinaliza para o noivo, enquanto a interprete faz às vezes da noiva falando. Minha noiva olha para mim... olhos se afogando em lágrimas... eu igualzinho a ela... ela me pergunta se o rímel dela borrou... respondo que não... e refaço a pergunta para ela, em tom de brincadeira, ela responde sorrindo que não também (ohh produto bom). Os risos são inevitáveis para diminuir a emoção do momento... e as lágrimas que caíam (não to dizendo que ando xenxível de mais!?).Nem preciso comentar que a recepção no restaurante também foi muito interessante. Poucas palmas e em nenhum momento se ouviu “viva os noivos” (para um descendente de italianos, assim como eu, isso é quase inconcebível).
A letra de uma músicas diz o seguinte:
"Nem tudo é como você quer... Nem tudo pode ser perfeito...
Pode ser fácil se você... Ver o mundo de outro jeito...
Se o que é errado ficou certo... As coisas são como elas são...
Se a inteligência ficou cega... De tanta informação
Se não faz sentido, discorde comigo... Não é nada demais...
são águas passadas... Escolha uma estrada... E não olhe, não olhe prá trás
Você quer encontrar a solução... Sem ter nenhum problema...
Insistir em se preocupar demais... Cada escolha é um dilema
Como sempre estou... Mais do seu lado que você
Siga em frente em linha reta... E não procure o que perder!"
Por mais que haja resistência por parte de muitos e preconceituosos, que insistem em se opor a esse tipo de união, temos vivenciado que a felicidade vai habitar o interior daqueles que amarem e aceitarem o próximo assim como ele é, e ñ como gostariam que ele (a) fosse. Surdos, amputados, cegos, paraplégicos ou tetraplégicos, etc... todos tem o direito e o dever de serem felizes com quem quer que seja o seu, ou sua, escolhida(o)... "São águas passadas... Escolha uma estrada... E não olhe, não olhe prá trás"... Seja FELIZ... até que a morte os separe!
domingo, 2 de janeiro de 2011
Andando pelas ruas de uma maneira diferente...
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Será um desabafo ou uma ajuda pro TCC dela? rssss
sábado, 10 de julho de 2010
UROLOGIA
Todos sabem que a vida não é fácil, mas a vida fica bem mais complicada quando se é um tetra, aí sim, tudo fica uma loucura total. Se ficarmos esperando acontecer em nossas vidas, tudo que almejamos, com toda certeza só vai cair chuva do céu ou algum pombo vai tentar batizar a cabeça do ser vivente esperançoso.
E é justamente nessa corrida desenfreada, para ter o meu lugar ao sol e um pouco mais de qualidade de vida, que resolvi fazer uma reabilitação básica, com direito a talas, terapia ocupacional, urologia... opa... é aqui, na urologia que se inicia meu martírio. Mas como um tratamento pode virar um martírio?
Tudo começa por este ser vivente aqui (yo mismo), não ter um plano de saúde básico, depender do S.U.S (vulgo I.N.S.S... Isso Nunca Satisfará Sonhos).
Passo no posto médico, apresento a requisição para uma ultrasonografia da minha bexiga (Até aqui foi ligeirinho o processo). A atendente do posto olha para mim e diz: “Pronto Edson, assim que houver uma vaga ligaremos para você”. 4 Meses Depoooois... (A minha sorte foi que me deixaram esperando em casa)... toca o telefone: “Olá Edson... já marcaram seu exame”! (Pensa em um cara na cor bege... isso mesmo, eu), pasmei com o tal... JÁ... da atendente)).
Chego no local do exame, 7 hrs da madrugada, gente saindo pelo ladrão, e cada vez chegando mais. Sempre rola algo bom nesses infortúnios todos, me deram prioridade no atendimento. Entro na sala, um Dr. De idade avançada, com sotaque argentino, passa o gel frio em minha barriga, sonda recém fechada, quase deu pití no homem: “Sua bexiga está vazia, pinça a sonda e espera meia hora”. Tento explicar que não suporto tudo isso, mas foi em vão. Para os médicos, paciente nunca sabe nada! Dez minutos depois, dou o alerta. Deito na maca e o exame é feito. O argentino admirado de como encheu rápido minha bexiga: “Isso no ecxiste!”...(e eu que não sei de nada... bahh).
Remarquei a consulta com o urologista para levar a ultrasonografia. O Dr. Pergunta quantas infecções tenho por mês, devido ao fato de usar sonda permanente. Resposta: “A anos não tenho infecção!”. Mas coooomo??? (Eles sempre se admiram... rss). Como, eu não sei ao certo, mas não rola infecção de bexiga em mim.
Desço para Joinville – SC, mais uma consulta com um urologista. Pergunta vai, resposta vem e o cara insiste em retirar minha sonda permanente para passar a usar a de alívio ou CAT pois, a regra ou cartilha da urologia é essa.
Tenho contato com muitos portadores de deficiência física. 100% deles fazem o CAT e 100% deles vivem com infecção na urinaria. Usam remédios e antibióticos constantemente. Que me desculpem os urologistas, mas se um paciente se adapta melhor a um acessório, no meu caso a sonda de demora ou permanente, porque mexer no que vem dando certo, só porque a cartilha da urologia assim o manda?
Não incentivo ninguém a fazer o mesmo ou alterar o tratamento que vêm tendo, mas ás vezes certas regras são quebradas, não por teimosia e sim devido ao ajuste de cada organismo.
Retirar a sonda permanente, para mim, demandaria em ser assistido por mais pessoas pois, não consigo fazê-lo sem auxílio. Passar a usar fraudas para poder sair de casa com mais tranquilidade, sem fazer o CAT... impecílios pelos quais, todos que utilizam esse sistema, passam.
Logo vai rolar uma pequena intervenção cirúrgica em mim, para retirada de cálculos de minha bexiga, nada sério, mas necessário! Espero voltar logo, para contar os bastidores desse plantão médico para vocês! Saudades de todos... até mais!
sexta-feira, 4 de junho de 2010
E o premio éeee???? ...R$ 1.000,00 (Hum mil reais)
Outro dia olhando sites, vi um interessante...
Pensa comigo, Diante disso tudo, um concurso muito legal, mas com a condição de se ter uma “Deficiência física” pra participar do concurso, até ai está beleza né? é preciso ser deficiente pra se ter a tal visão, enfim mostrar pra sociedade a “nossa” visão desse “mundo” ... Mas, tamanha sensibilidade, tamanho o resultado que viria a vir dessa foto, penso eu que seria “O Prêmio”, Porque é de uma sensibilidade tremenda que “o cara” iria eternizar em foto, mas, Nãoooo!!!!, o premio é de 1.000,00 para o 1º premio, poxa porque será esse preço, será que é porque é voltado pra pessoas deficientes? Poxa, só mil reais? Fiquei indignado...
Confesso que cheguei a pensar muito nisso quando li sobre a promoção, como faria essa tal foto??? Mas, pelo premio??? O Resultado foi o seguinte,
não me inscrevi... ¬¬
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Desculpe, não te ouvi!
Já li em uma chamadinha que “amar é entrar no tempo do outro”, penso que, na verdade, ñ se entra só no tempo, mas sim na vida, quase em seu todo, pois quando se inicia um relacionamento, se assimila a pessoa, seus familiares, amigos e até mesmo sua ocupação.
A quase 7 meses namoro com uma garota linnnda, não somente na aparência, mas também em seu jeito de ser, de agir, no seu caráter. Nesta mesma linha entra sua ocupação, interprete de Libras á 16 anos e atualmente atua em uma instituição de ensino superior, acompanhando dois alunos com deficiência auditiva e inúmeros eventos necessitam de interprete em Libras, seja em empresas, igrejas, etc.
Em uma época em que tanto se fala em inclusão, eu não poderia deixar passar sem comentar essa atividade que é a inclusão personificada.
O interprete de Libras não somente interpreta as palavras, ditas pelo ser falante, passando para a Língua de Sinais para o deficiente auditivo, mas no momento em que interpreta, o interprete de Libras passa a ser a pessoa falante, nesse caso em específico, o profº ou profª que está em sala de aula. Muitas vezes tenho ouvido o relato dela (a namorada interprete de Libras), de como se sente ao interpretar certas pessoas. Algumas, com um prazer imenso, pois são pessoas de gabarito, que sabem o que dizem e com sabedoria. Outras, só por Deus e por obrigação mesmo, pois são pessoas descapaitadas para estarem em uma instituição de ensino. (Sorte que esse último ser é a minoria, para a alegria da interprete... RSS).
Fui a algumas reuniões onde a vi interpretar para alguns surdos. A intensidade dos gestos, da emoção passada, através dos gestos manuais e também das expressões faciais, é de fazer as emoções aflorarem. Nem preciso falar que fiquei de olhos marejados de lágrimas. (chorei mesmo... RSS). O desgaste físico e mental é imenso, pois o interprete ouve, assimila e gesticula. O grau de concentração é comparável com os controladores de vôo, nas torres de controle aéreo. Interpretar mais de uma hora e meia é quase desumano, devido a tal grau de concentração.
Também tenho tido a oportunidade de falar com alguns surdos que fazem leitura labial. É algo Surreal demais (perdendo para Salvador Dalli..), saber que aquela pessoa, de frente contigo, não escuta nada do que se pronuncia, ou barulhos ao seu redor, e mesmo assim te responde com um timbre de voz forçada, fanhosa até, devido ao fato de não escutar sua própria voz. (Experiência única e prazerosa).
Outra coisa que tenho visto, pois tenho auxiliado na confecção de um livro que a namorada está escrevendo sobre o universo da surdes é, como os surdos se organizaram para terem seus direitos e os fazerem valer nas instituições ou em qualquer lugar ou evento onde estejam. Local de trabalho e palestras também fazem parte desta lista. Sempre haverá um interprete junto a eles, para auxiliar a compreender o que está se passando ao seu redor.
A luta pela inclusão dos portadores de deficiência física deveria, obrigatoriamente, se espelhar na organização da comunidade surda, a nível mundial, pois é a que mais conseguiu resultados devido ao fato de estarem lutando por seus direitos, unidos como um só corpo, e não disperso.
Hoje APLAUDO DE PÉ esta profissional, Erelisa Vieira (Interprete de Libras), que escolhi para homenagear e representar a classe dos interpretes de Libras. Profissionais que emprestam seus corpos, na interpretação, para que outros, os surdos, possam ouvir em meio ao mais profundo silêncio e ter voz em um mundo de diferenças.
Se quisermos resultados diferentes, façamos coisas diferentes.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Mas, "Eu sou brasileiro, e não desisto nunca!!"
O Progresso...
É isso que aí que gente vê nas TVs, nos jornais, em revistas, a série de discursos, infinitas matérias, milhões de propagandas políticas, relatando o tal progresso do Brasil, na produção de petróleo, c/ a exportação de café, de carnes, enfim, coisas que rendem muita, muita grana...
Mas espera aí, eis que me deparo com uma questão, cadê o progresso na questão do deficiente? Como é que eles vivem, estão sendo amparados? E a população, quantos são?
É fato que o nosso Presidente criou várias leis que beneficiam o deficiente, afinal, nada mais justo né? Leiam isto...
“Mais de 24 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. Cerca de 16,5 milhões possuem deficiência visual, 8 milhões possuem deficiências de locomoção, 5,5 milhões possuem deficiência auditiva, e quase 3 milhões possuem alguma deficiência mental. Freqüentemente é dito pelos meios de comunicação que há grande carência de obras adaptadas ao deficiente no Brasil e nenhuma campanha específica nacional para resolver o problema”. (Fonte: Wikipedia)
Não é nada legal isso. Vemos escancaradamente o grande crescimento da população de pessoas com deficiência no Brasil, a maioria por causa de “acidentes” e, mesmo assim, não há na mídia, campanhas contra acidentes de trânsito ou programas de incentivo à educação no trânsito. Também não há campanhas relacionadas à prevenção de acidentes em diversos outros setores, no trabalho, no lazer, etc, mas para fazer propaganda do tal progresso, gastam muito...
Infelizmente, com tudo isso, e também com essa falta de ação na questão “preventiva de acidentes”, esse numero há de aumentar a cada ano. É o que queremos? Uma população ainda maior de deficientes? Isso é inevitável. Então, vamos somar nossos lucros com petróleo, com nossa agropecuária, nossos minerais, nosso desenvolvimento financeiro. Certo? Errado...
“Freqüentemente, é dito pelos meios de comunicação que há grande carência de obras adaptadas ao deficiente no Brasil e nenhuma campanha específica nacional para resolver o problema”. (Fonte: Wikipedia)
Segue uma frase interessante...
"Me considero um portador de deficiência", diz Lula sobre dedo amputado
Link Folha Online: http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u712013.shtml
Bom, se o presidente, vosso excelentíssimo, se sente um “Portador de deficiência” porque não agiu e fez alguma coisa nesse sentido? Analisando tudo isso, não vejo muito progresso nessa área. Será? Com todo esse poder, só falar e não agir, isso sim me desanima demais. Aí sim, nesse assunto, me vejo um coitadinho, desamparado “pelo governo”.
Nosso presidente disse se considerar um deficiente físico, mas ainda que ele viva em um país imperado por um preconceito pré-histórico, não fez nada que pudesse melhorar a situação de exclusão que todas as pessoas com deficiência vivem.
Acho muito digno a gente saber que estamos nos desenvolvendo e nos destacando em diversas áreas comerciais e industriais, excelentíssimo. Enfim que estamos “progredindo”, mas que tal o Governo parar só um pouco de mostrar o que vem dando certo pra olhar pro que está “cambando”?
É muito injusto isso. Tem aquela velha frase que diz: “a gente só se dá conta, quando acontece com a gente”. Estou sendo muito bruto? Mas é a realidade. Será que é preciso um parente, um amigo, alguém bem próximo de alguns desses políticos vierem a se acidentar para que eles se dêem conta do quanto de acidentes podem ser evitados com simples campanhas educativas? Ou mesmo fazendo alguma atividade e vier a ter seqüelas? Assim como você Presidente? Pode acontecer? podeee!
Mas, acho difícil, afinal os mais próximos de voce, seus parceiros políticos, e os familiares deles, os amigos deles, estão lá engravatados, com aquele rabinho preso dentro da “Big Mansion”, no Congresso, tomando cafezinhos, c/ ar condicionado, paparicado por “nossos empregados” ajudando a torrar nosso dinheiro, enfim, o mínimo que pode acontecer, é o teto do Congresso desabar, mas isso sim é difícil né?:P
Então, queremos que o Brasil cresça, seja forte e autossustentável, temos condições pra isso, só precisa mudar essa política que só quer passar imagem de que está tudo “bonzinho”, só arrecadar mais e mais com a sua máquina descontrolada de arrecadação de impostos, e em troca, abandona a questão do deficiente na sociedade. Fora isso existem muitas outras questões que também estão ao “Deus dará”.
Quando a gente quer alguma coisa, é preciso um movimento aqui, outro ali, pra que uma lei ou outra seja aprovada, mas, a real é que as pessoas com deficiência no Brasil, estão cambando pra conseguir viver. A gente grita, grita e ninguém atende, então, um brinde ao petróleo, um brinde ao progresso, mas vem cá...
Se você Excelentíssimo "presidente" se sentiu como tal “uma Pessoa com deficiência”, e não olhou melhor pra esse lado, meu Deus, quem vai fazer?
segunda-feira, 22 de março de 2010
Cuidadores Empresariais
As empresas com mais de 100 funcionários são obrigada, por lei, ter em seu quadro de 3% a 5% das vagas reservadas para portadores de deficiência física. Caso esta determinação não seja cumprida, as empresas estão sujeitas a multas altíssimas, dependendo do porte da empresa.
Devido à falta de capacitação e escolaridade, da grande maioria dos deficientes físicos, unida à falta de educação cultural brasileira, as empresas preferem pagar a multa ao invés de capacitar e contratar.
Algo que é notório nas empresas é a falta de estrutura pessoal para essas contratações. O que quero dizer com isso? Na estrutura física se torna fácil mexer (rampas, móveis, banheiros), acessibilidade básica. A estrutura pessoal é mais complexa, pois implica no treinamento de um cuidador para estar auxiliando um grupo de no máximo 5 pessoas, portadoras de deficiência física, para estarem desenvolvendo suas atividades profissionais, sem a necessidade de se locomoverem com muita freqüência de seus locais de trabalho.
O trabalho dos cuidadores estaria restrito a este grupo, em específico, auxiliando a chegar em suas baias, algum material que não esteja ao alcance e que se faça necessário, conduzir ao refeitório e retornar. No caso de pessoas com um comprometimento maior de mobilidade, como paraplégicos e tetraplégicos, auxiliando no alcance de água e na alimentação.
A Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba, dispunha de cuidadores para alguns portadores com síndrome de down que faziam parte do quadro de funcionários e desenvolviam um trabalho repetitivo (colocar certos parafusos, em algumas peças).
A Renault tem, em seu quadro de funcionários, deficientes físicos, auditivos e visuais. No caso dos visuais, as pessoas do refeitório, auxiliam no preparo do prato e no corte de alguns alimentos, verduras e carnes, mas não dispõe de um cuidador que possa auxiliar um tetraplégico a chegar ao refeitório, se alimentar ou a se hidratar.
Nas escolas hoje temos por lei, interpretes em linguagem de sinais (libras), para os deficientes auditivos, mas como vamos colocar mais portadores de deficiência física no mercado de trabalho se não houver também cuidadores nas escolas? Nem sempre se consegue amigos dispostos a copiar a lição, ou professores capacitados e empenhados ao ensino especial.
O papel do cuidador é fundamental nesses locais, pois se não obtiverem apoio, nesses pontos estratégicos, a inclusão se tornará praticamente impossível.
quarta-feira, 17 de março de 2010
A inclusão começa pela acessibilidade... "ir e vir", entende?
Quando se pensa em pessoas com uma limitação física como a minha (que perdi o movimento das pernas por lesão)”, a primeira coisa que nos vêm à mente é que a sua maior necessidade é cadeira de rodas, pra se locomover e se tornar menos dependente, certo? Certo!!
Mas não paramos por ai, não somos só isso. É fato que nós os “Cadeirantes” possuímos essa peculiaridade de depender da cadeira, afinal não podemos andar com nossas pernas não é mesmo? ...mas apesar de “não andar” nós temos sim, as vontades, e os desejos como todo mundo os tem, de estudar, trabalhar, namorar, de ir a um parque, freqüentar praias, ir pra balada, papear com a galera em barzinhos, visitar os amigos que moram longe, ir á shoppings e entre taaaaanntos outros!!!
Sim, mas a grande verdade é que o cadeirante pra realizar tudo isso, precisa sair de casa, certo? Então, ao tentar sair de casa, e é preciso ter “coragem”, principalmente aos finais de semana, ele (o Cadeirudo) tem de ter uma paciência enorme, eu particularmente já me vi a ficar horas em um ponto de ônibus, conseqüentemente é claro que já me vi chegando muuuuitas horas atrasadas aos meus compromissos, puramente por ser o tal “cadeirante” . Mas cadê os ônibus que tanto falam? O Fato é que, na cidade onde moro (SP) tá um verdadeiro caos, o transporte público não funciona, os ônibus estão sempre lotados e pelo que se vê isso vai demorar e muito pra melhorar .
Agora imagina um cadeirante tentando entrar ou sair de um ônibus nesse estado de super lotação? E em horário de pico que piora ainda mais?Difícil né? Mas mesmo assim de “vez em sempre” estamos dentro de um deles, com a tal da “coragem” :P
Além dessa paciência que a gente precisa ter, é preciso calma, mas como vamos nos acalmar quando estamos à uma hora em um ponto de ônibus sendo que já poderíamos estar no destino senão fosse tamanho o descaso com essa falta de ônibus acessível, ou super lotados.
Mudando um pouco, mas dentro dessa questão...
Eu já me vi também muitas vezes também pedindo ajuda pra subir uma calçada ou alguns degraus pra se entrar em algum local, todo mundo sabe que a falta de acessibilidade é uma das questões que afugenta e muito os cadeirantes de sair de casa, coisas do tipo;
- Vamos pra o lugar tal? E você responder, como é a questão de acesso lá, é suave para cadeirantes? “Não” !
- Ah então não vou, vou ficar em casa mesmo!
Chato né?
Mas, deve ser por isso que essa “tal” inclusão esta vindo a passos lentos, tentam fazer algo relacionado, mas não preenchem os requisitos mínimos que são os de ir e vir pra “todos”, nos dão vagas de empregos, mas nos dão um programa de transporte nomeado de “ATENDE” que não consegue atender a necessidade da grande maioria dos portadores de deficiência, pois são poucas vans e é muito grande a fila de espera, então, “vam’bora” enfrentar a humilhação, da grande maioria das “pessoas”, ir e voltar do trabalho, dos passeios, dentro de ônibus superlotados” c/ a cadeira e tudo, “Pessoal aperta aí que eu quero entrar!”
Eles até que tentam, nos dão desconto pra comprar carros 0 km mas peraí, como assim “carro 0km?” que tal desconto é esse? Quantos % da população de cadeirantes no Brasil possui renda pra comprar um carro 0 km? Isso é tão incoerente que chega a ser insana, pois o desconto é ofertado pelo governo certo?!?!
Será que esse mesmo governo não fez uma “pesquisa de mercado” e viu em seu banco de dados que um numero expressivo de deficientes que constam lá não tem renda que de para comprar nem um carrinho de plástico na feira, quem dirá um carro de verdade e 0 km!! Porque eles não ajudam a começar no sentido de optarmos por um carro usado?
Como nada é impossível, conversando com cadeirantes que conseguiram essa façanha, a frase típica que se ouve é :
“Cara, eu sou outro após a aquisição desse carro, facilita e muito pra mim, hoje faço de tudo, vou pra qualquer lugar!”
Enfim, a cadeira de rodas ela é imprescindível para nós que necessitamos dela para varias atividades, ela é nossa companheira, dependemos dela pra nos levar até os locais, ela é apenas o nosso “passe de liberdade”.
Mas hoje em dia um portador de deficiência está tão aberto ás novas oportunidades, á uma série de atividades que se adaptam a cada dia pra que ele venha a participar de forma a se reabilitar, se incluir também , seja com a pratica do esporte ou ter condição de trabalhar, poder estudar, e isso tudo realmente, nos traz como benefício primordial a saúde física e mental. Pois é bem verdade que as doenças se instalam em quem não se mexe. É como um ciclo, Pessoa + cama + mundo fechado + s/ atividades = cabeça vazia + depressão + não dá fome + não dá sede de água, = corpo fica c/ resistência baixa + vem uma doença aqui outra ali...
Resultado = “tá nas ultimas”
Essa situação se torna diferente quando se tem a oportunidade de se “rodar por aí”, ter uma vida social ativa, buscar responsabilidades, respirar novos ares, isso sim nos dá aquela vontade de viver, nos dá a fome, repomos as energias, saciamos a sede e a fome de viver a todo momento, mas poxa, eu vivo em uma cadeira de rodas? Putz nem percebi =)
A acessibilidade 100% é a chave pra dar inicio a essa tal “inclusão”. Essa barreira sendo quebrada vai fazer com que os deficientes saiam de sua casa, seja pra tomar um café no supermercado, ou fazer compras em shoppings, ir ao parque com a família, almoçar e jantar fora, estudar, trabalhar, enfim, fazer o que todo mundo faz diariamente, coisas simples da vida, mas que fazem uma diferença enorme pra quem se sente excluído.
Acessibilidade, sendo ela a pé, de carro, de ônibus, ou seja lá o tipo de transporte que for, sendo digna já nos é o bastante, precisamos de rampas, calçadas mais bem cuidadas, só assim pra gente poder ir e vir, “rodar por aí” e isso não é luxo, é necessidade!
Enfim, a cadeira de rodas é imprescindível sim, mas a acessibilidade também!!!