Em alguns momentos de mudanças em nossas vidas as vezes nos fechamos para o amor e de fato houve um tempo em que me fechei totalmente para o amor, é...
Alguns meses após o acidente eu me vi unicamente parceiro de uma cadeira de rodas onde ali não caberia mais ninguém que me tomasse mais espaço, ou seja, ninguém ganharia mais o meu “coração”, tudo porque eu simplesmente que por ter me tornado um deficiente físico não encontraria uma pessoa com “amor” o bastante pra aceitar a minha nova condição de vida, minhas limitações e principalmente jamais encontraria alguém que não tivesse preconceito. Estava tão sem chão que não percebia que o preconceito era só meu naquele momento!
Na minha cabeça eu deveria me fechar para o amor, tendo a fuga como melhor solução, é....
Cheguei até a falar pra mim mesmo, “não vou me apaixonar por mais ninguém a partir de agora”, engraçado isso né? Eu achava também que não conseguiria suprir uma das necessidades de um relacionamento, satisfazer sexualmente uma mulher, acho que isso que motivou esse pensamento maluco (risos)...
A verdade é que isso tudo não durou muito tempo, logo eu me abriria novamente pro amor...
E aquele garoto que antes brincava com os sentimentos de várias adolescentes, que não sabia o significado do amor, que não dava valor a pequenos gestos que conquistam, que também não sabia que o carinho é muito mais importante do que varias outras coisas, assim como os típicos adolescentes!
Mas a duvida maior era como reagir diante das novas circunstâncias só isso que eu não sabia, então, comecei a me abrir pra algumas possibilidades...
E foi assim que logo me vi, ressurgindo das cinzas, aquele mesmo adolescente de antes do acidente com um algo a mais, “A Cadeira”, e um algo a menos, “sem o medo” refazendo os meus sonhos, namorando, terminando e reconciliando como qualquer pessoa.
Quando vi eu já estava novamente me relacionando, aquele “cadeado” que trancava o meu coração já não existia mais e sendo assim o coração enfim voltou a pulsar forte, voltou a pulsar pro amor...
Sobre o amor??????? Hummm!!! Ahhh o amor!! Foi preciso tentar entender o significado da ausência dele, para então valorizar sua presença.
A deficiência mudou muito a minha cabeça, foi preciso “cair” pra ter noção de algumas coisas, aquele amor que eu não tinha, ou se tinha não expressava, passei a ter pelas pessoas, não falo só no amor entre homem e mulher, mas também do amor em forma de amizade, infelizmente é nessas horas que enxergamos melhor as coisas, “quando estamos derrubados”, o amor ele nos aparece dia a dia de varias maneiras, através de gestos amigáveis, amorosos, simpáticos e até “calientes”, é preciso estarmos atentos aos menores gestos de amor, e não fazer com que detalhes como uma cadeira de rodas seja grande a ponto de nos deixarmos cegos para coisas tão maravilhosas que podemos viver! É preciso que tudo tenha exatamente o tamanho ideal, não colocar grande o que não precisa ser grande!