quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Respeito é bom... eu quero!


Desde quando era criança, a velocidade me atraia. Cresci assistindo F1, com o Galvão Bueno narrando, e Airton Senna dando seu show de pilotagem (tantantamm, tantantammmm). Esse herói, das manhãs de domingo, já se foi, mas o gosto pela velocidade permaneceu em mim.
Certo dia de final de semana, meu cunhado, ao vir nos fazer uma visita, me deu o sinal de alerta: “Tal dia vai ter corrida de caminhões no autódromo aqui em Curitiba, você quer ir comigo?”. Nem é preciso dizer que o sorriso foi de orelha a orelha e a resposta foi um sim com muita satisfação. No dia da corrida o cunhado passou me pegar e lá fomos nós.
Multidão no autódromo, mas de certa forma, ainda um pouco vazio, pois chegamos cedo para ver os shows que antecedem a corrida. Pedimos ajuda para dois rapazes que estava perto e, subimos até ao meio da arquibancada onde há um degrau mais largo, pra a movimentação da galera. Lugar perfeito para posicionar minha cadeira de rodas e ver toda a reta, os boxes, os shows e toda a movimentação enfim.
A muvuca foi aumentando, quase ñ existiam lugares vagos. Vendedores ambulantes passavam com suas mercadorias, em caixas de isopor, num um vai e vêm intenso. Sempre passavam por traz de minha cadeira, pois eu estava bem junto da beirada do tal degrau na arquibancada. Um ou outro esbarrão é normal, pois nunca se espera dar de cara com alguém sentado no meio do caminho em uma cadeira de rodas, una isso a uma desatenção básica e você terá a famosa “topada” (sempre dói a canela de quem topa comigo... RSS).
9:00 horas da manhã começaram os shows. Muito barulho dos motores, cheiro dos pneus fritando no asfalto, gritos de “ôhhh, uhuuu, aeww” na arquibancada e os vendedores “Olha a água mineral, refrigerante, cerveja, camiseta, boné...”. (só faltou gritar cachorro, periquito, papagaio...rss). Mas, não contentes em passarem com as caixas de isopor, começaram a passar também com aqueles carrinhos de picolé, da Kibom, aqueles azuis que existem nos parques. Adivinha atrás de quem eles passavam? Recorda onde eu estava sentado? Isso mesmo, bem junto à beira do degrau! Que beleza, cada passada de um carrinho daqueles era um gelo na espinha e aquela arregalada de olhos. (ohhh gzuiss, help me... plss)
Colocamos blusas, como calço, nas rodas da cadeira (eu não queria descer rolando a arquibancada), pois várias vezes encostaram nas rodas da minha cadeira e receberam olhares fulminantes e frases de “cuidado aí, tio” veementes de reprovação de minha parte. Eles passavam, eu cutucava o cunhado, ele segurava a cadeira. (meu cunhado, meu herói... RSS).
Foi um dia muito bom apesar dos empurrões, do calor, de ficar um camarão por causa do sol, mas tudo bem... mal passado fica mais saboroso... RSS
Todas as vezes que um cadeirante ou portador de qualquer outra deficiência física, se atreve a ir em um evento público, passa por inúmeras dificuldades e descasos (pessoas em pé em sua frente, esbarrões, falta de lugares reservados para cadeiras de rodas, etc). Seria quase como que se dizer... “você não existe, não está aí”. Opaaaaaa... espere aí... NÓS EXISTIMOS, ESTAMOS AQUI (vocês queiram ou não, essa é a realidade, tratem de aceitar, pois também pagamos ingresso (meia entrada... rss), temos o direito assegurado de ir e vir ( mesmo que seja de muletas, cadeira de rodas ou em uma maca, mas temos). Por favor... NOS RESPEITEM! É o mínimo que os organizadores, de eventos, podem e devem fazer!

4 comentários:

  1. Daeeee Edson tá mandando bem heim !!! Gostei, você escreve muito bem mano!!!! Meus parabéns ! Continue assim !!! Ja adicionei esse site aos meus favoritos! Vou estar sempre visitando aqui e indicar aos meus amigos!
    Ass: Israel Demetrios Diacov

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  2. Cara, realmente, essa questao de acessibilidade aos locais de lazer nos chateiam dmais, a gent até tenta ir mas estressa bastante, é uma falta de respeito, mas, devemos sim meter a cara e mostrar que também queremos e podemis sim desfrutar do lazer que eles proporcionam, seja ele acessivel ou nao estaremos lá até pra que eles vejam q nós existimos e repensem sobre a questao mais seriamente, forte abraço, to esperando a proxima aventura do
    Mr. Ed hauhauaha

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  3. Irmão!!!!Que ual seu blog hoje que vi..é claro que acompanharei....
    saudades das conversas.
    Fik com DEus

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  4. Ed Querido...

    voces tinham que se organizar estrategicamente...

    tipo cada cadeira em um lugar... em um canto... de modo que incomodasse tanto quem passasse que eles pudessem se organizar para recebe-los

    nao é justo.... ficar tao na beirinha do degrau... vai que passa um tio de qqr coisa... e te lança escada abaixo...

    uma vez aconselhei um amigo que foi tratado com desdem numa loja... hiper apertada... falei pra ele... cara, joga tudo que tiver naquelas araras... bate sem querer querendo... e poe tudo no chao... seja notado...

    ele so deu risada...

    mas fato é que respeito é uma questao de necessidade...

    mandou bem...

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