domingo, 14 de março de 2010

Atitudes certas, conceitos errados!



Em outros tempos, deficientes assim como as bruxas e outras figuras que fugiam do padrão, eram jogados na fogueira, mais tarde esses eram condenados a exclusão total em ilhas e localidades do gênero, seguindo a linha do tempo, esses continuaram na exclusão, mas em um tempo era em suas casas mesmo, por que na cidade havia muitos paralelepípedos, mas todos pintados de branquinho, viu?!

Até que um grupo aqui outro acolá começaram a colocar suas caras na rua, reivindicar seus direitos e assim fizeram leis, e engrossaram o caldo, não importa se com rodas, ou a passos lentos, não importa se tem uma garganta forte para acompanhar a banda, ou se não vê as cores vibrantes desse movimento, ou ainda se no silêncio da surdez segue o compasso da musica, o importante é não ficar vendo a banda passar!

É os tempos mudaram, com avanços da tecnologia, nas pesquisas da saúde, na economia, e nas questões sociais, é inegável que houve um verdadeiro “up” de informações no século marcado pela liberdade de sexual, a liberdade de escolha, de expressão. Quem a 15 anos atrás diria que em um programa de canal aberto teríamos um gay, uma lesbica, um transformista, pessoas tatuadas ou até uma cadeirante em horário nobre vivendo um romance?!?!
Mas ainda assim topamos com uma palavrinha, conhecida de muitos:

preconceito .
[De pre- + conceito.] S. m. 1. Conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; idéia preconcebida. 2. Julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste; prejuízo. 3. P. ext. Superstição, crendice; prejuízo. 4. P. ext. Suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças, credos, religiões, etc.

Uma historia interessante que vivi recentemente me fez refletir; em uma roda de amigos não muito amigos, a moça fala, então eu tenho um amigo o fulaninho ele é cadeirante, e ele começou a gostar de mim de maneira diferente, e eu deixei bem claro que não tem nada a ver! Mas sabe quando você deita no travesseiro e não quer pensar, por que na verdade o fulaninho é lindo demais, inteligente e bla bla bla, mas nem sei, não quero pensar para não concluir que embora ele seja interessantíssimo, foi dispensado por puro preconceito!!! DETALHE ela é psicóloga!

Outra...
Uma amiga cadeirante me fala:
Você acredita que a fulana que é amiga do meu namorado, passou o final de semana conosco e no trabalho perguntou para ele se ele não tem vergonha de sair comigo?! DETALHE ela(a fulana) é terapeuta ocupacional!

Outra...
Pergunto para uma pessoa que é extremamente envolvida no movimento de pessoas com deficiências e tal (famosa infiltrada), você namoraria um cadeirante?!
- Ahhhh não, tenho muito que viver ainda! DETALHE além de ativista no movimento é enfermeira!

* Cada um tem o direito de namorar com quem quiser, o que me assusta é achar que a outra pessoa por ter uma característica diferente vai te prender, não vai deixar você viver!

Agora vivencia pessoal:
Uma amiga fala:
- Olha quando você me contou que seu namorado era cadeirante, juro que fiquei até sem ar, e me perguntando como assim?! Como alguém pode namorar com uma pessoa que nem anda!

Outra pessoa:
- Ainda bem que você reavaliou essa historia, por que é MUITO difícil estar com uma pessoa assim, ia atrapalhar sua vida!
DETALHE nesses dois casos pessoais ambas as pessoas a principio me “apoiram” com o namoro, e esses tem curso superior e pós graduação!

O que me faz crer, que certa é a Ingrid (da novela viver a vida) que deixa claro que não tem informação sobre a condição da nora (tetraplégica), mas não mascara, desaprova e fala! E ela esta no direito dela esbravejar se ela quiser! Ao menos quem esta perto sabe onde esta pisando, pois ela é sincera!
O pior preconceito não é do ignorante, é daquele que tem acesso a informação, aquele que prega a liberdade e igualdade diante da diversidade, o preconceito mais escancarado é que nos chega mascarado, que nos batem a porta com um sorriso doce, daquele que se coloca ao seu lado, mas o pensamento dele esta do lado oposto.
Quando queremos mudanças, não devemos buscá-las nas leis, nas rampas, nos banheiros amplos, nos pisos táteis, nas legendas, a primeira mudança começa dentro de nós mesmos, se a nossa sementinha não recebe oxigênio livre de contaminação do meio, não podemos querer bons frutos!

Comece mudando seu coração, avaliando suas atitudes, para então buscar a mudança do mundo!

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6 comentários:

  1. Su, tô sem fôlego, assino embaixo amiga, já ouvi milhões de histórias parecidas, tipo:
    Vc, formada, inndependente, merece uma pessoa melhor.....aff, inconformante né!!!!!
    Pior, quem levou o fora fui eu.......snifsnif
    Bjus querida!!!!

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  2. E Quando As histórias assim, as vezes acontecem dentro das nossas familias?! ..
    Eles sabem sobre quem vc é .. Das suas qualidades, superações, sabem que vc não atrapalha a vida de ngm e msmo assim .. Ainda dão uns foras qdo colocam a sua deficiÊncia em primeiro lugar .. Como algum fator importantérrimo, que não pode ser deixado de lado e que pode traumatizar a vida de alguem, mais do que "supostamente" ja teria traumatizado a nossa !
    rsrsrsrsrs .. É o fim, mas .. acontece sempre !
    kkkk

    Beijosss..

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  3. Su é pura verdade essas frases,já passei por cada uma tbm,meu marido não comenta tipo assim,minha mulher é defi,até porque ele acha que é só um detalhe,daí quando vem alguem em minha casa, algum amigo recente,fica branco de espanto quando ele apresenta a esposa!hahahhahah
    bjs

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  4. Nossa Su, AMEI esse post... Simplesmente SENSACIONAL!
    Cara, eu confesso que antes de entrar na facul eu tb tinha essa opinião de senso comum sobre esse assunto.. Mas tenho mudado bastante, e hoje acredito que já superei e muito desse preconceito infundado. Estou meio chocada com o comentário da T.O., pq se tem uma coisa que falamos o tempo todo durante o curso é que devemos olhar os indivíduos como um todo, e não reduzi-los a uma determinada característica. Realmente espantoso, mas infelizmente o preconceito ainda "estraga" mtas pessoas. Tenho mtas conversas com o pessoal aqui de casa, principalmente sobre essa questão de namoro, mas todos ainda parecem ser bem "da idade da pedra" nesse assunto. Acho q cabe a nós mostrar as pessoas a realidade sobre isso, para que quem sabe, isso um dia seja difente.
    Beijos, e parabéns pelo post!

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  5. Olá Su...
    Antes de mais quero dar os meus parabéns por esse texto maravilhoso que você escreveu!
    Sem dúvida tenho a mesma opinião que você, sem dúvida que é a sociedade que tem que mudar a forma de como pensa, não basta apenas mudar as barreiras fisicas...
    Mas para isso temos que mostrar ao mundo que não somos o que eles pensam e sim o que eles vem e que muitas vezes não querem ver!

    Já passei por muitos desses momentos onde o "preconceito" esteve presente e me deixou muito em baixo... mas graças a Deus tenho conseguido recuperar com força e cabeça erguida!!!
    Logo quero falar para todos que nascemos para vencer... e que concerteza são essas pessoas que perdem não nós!!!

    Bjinhos para todos...

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  6. Adorei o post. Este e um dos meus desafios, poder "mostrar" para o outro o quanto sou natural, que realizo tarefas
    como qualquer mortal e que minhas qualidades e defeitos nao estao vinculados a minha condicao.
    Quando o lance e namoro, chiiiii... Sempre tem aqueles que pensam como farei isto e mais ainda, por incrivel que pareca, tem gente que imagina que somos santinhos demais, kkkkk e se namorarmos, o nosso par tambem tem de ser malacabado. Ai nao da!!!
    RSRSRSRS....
    Beijinhos e estou amando ler os relatos. Vejo que apesar da deficiencia ser diferente (no caso a minha, por se tratar de deficiencia visual), percebo que os perrengues sao bem semelhantes...

    Ju e Charlie

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