quinta-feira, 4 de março de 2010

Não, não... obrigado!


Quantos aqui já notaram que, às vezes, o portador de alguma deficiência física, passa à impressão, para algumas pessoas, de ser preguiçoso ou acomodado com a sua situação?
Muitos, no intuito de ajudar, acabam por nos colocar em uma saia justa. (com minhas pernas cheias de cabelos, não fica nada agradável... RSS). Arranjam tratamentos, consultas, etc, se colocam à disposição para nos acompanhar em tudo que for necessário, mas na hora H (desculpem o termo, mas...), literalmente broxam!

Recentemente ocorreu um caso assim comigo. Uma pessoa, muito bem intencionada, disposta a me proporcionar uma melhor qualidade de vida, me inscreveu em uma entidade de reabilitação. Após me fazer as promessas de praxe e eu aceitar, todo feliz, pois seria algo muito bom para mim. Fez correr os tramite necessário e depois da consulta marcada o discurso mudou para: “Eu posso te levar, mas não poderei esperar para te trazer. Teria como fazer assim?”. (eu mereço???)

Em meu caso, particularmente, quem cuida de meus cuidados diários é meu pai. Ele é o tipo do pai coruja, que mantém velhos hábitos, de quando eu ainda era criança até os dias de hoje. Um deles é, sempre que acorda de madrugada ou se levanta pela manhã, dá aquela passadinha básica pelo meu quarto para ver se estou descoberto, etc. Depois que fiquei tetraplégico, essa atenção se multiplicou, pois, agora ele também passa para saber se tenho sede, calor, se é necessário dar uma endireitada em minha postura, pois os espasmos noturnos sempre dão um jeitinho de me desarrumar. Enfim, cuidados de quem ama e faz de tudo para o meu bem estar. Sem pedir ajuda de outros! Quando acontece algo do gênero “promessa seguida de descumprimento” (tipo... tentar lograr o santo, sem acender a vela... RSS) sobra para quem??? Para meu painho, lógico!

As pessoas que não participam do dia a dia de nossas vidas, desconhecem o ritmo da casa, dos cuidados necessários e, principalmente, de quem executa os tais cuidados. Por esses motivos, não saiam por aí cheeeeeios de boas intenções arranjando coisas que, no fim das contas, se reverterão em mais trabalho para os cuidadores que já estão sobrecarregados com os seus, os meus, os nossos cuidados e não necessitam de gente que “coloca lenha na fogueira, mas se houver um incêndio, não ajuda a apagar” (tipo... isso é passar atestado de incompetente e assinar embaixo ao não cumprir o prometido), arranjando serviços extras para complicar um pouquinho mais algo que, por si só, já é complicado.
Se for para tentar ajudar assim, por favor, não se incomode, pois já damos muiiito trabalho sem a sua ajuda... rss... e saiba que “QUEM AJOELHOU, TEM QUE REZAR”

4 comentários:

  1. Quem vê de fora não faz idéia mesmo da vida de ninguém. Bacana é quando perguntam antes e se oferecem para algo que que queremos fazer. Minha mãe cuidou de mim por muito tempo, até eu aprender a me virar sozinha. Ela fez tanto, se sacrificou tanto e ainda hoje fala que gostaria de ter feito mais. Família é tudo.
    Abraço
    Tchela

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  2. Palavras simples , mas q dizem td .. parabens !
    N.

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  3. Eaêe Ed meu queriddoo!!! é, realmente, acho que se for pra se dar, se oferecer de alguma forma tem que ser algo que seja 100%, pode dar mais trabalho mas, é o mais certo a se fazer, porque se for 80% aí a coisa camba e alguem terá de ocupar esses "+20%" de tarefa a mais do que já faz, e quem vai ser no seu caso? o papis kkkkkk.



    Abraço cara...

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  4. Gosto do seu jeito de escrever...
    gde abraço Dá...
    To quase criando coragem p contar minha historia!rsrs

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